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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sou toda saudade

Eu poderia te deixar apenas na memória, não encontrar com você pelos cantos, levar tudo que é seu para onde os olhos não alcancem. Se lembrar de ti não tivesse se tornado uma necessidade tudo já estaria longe. Mas agora o certo, concreto mesmo, é só a lembrança, é assim que ainda está aqui, pelo menos de forma visível. Por isso, não deixo de reler a carta que deixou, de ver as suas fotos e de revisitar cada história que vivemos, mesmo com dor.


Construí até de um museu na alma, na minha casa e em meu guarda-roupa depois que partiu. Sons, cores e sabores nossos no espírito; fotos nos álbuns e o quadro com seu sorriso na minha estante; roupas ainda com seu cheiro misturadas as minhas no armário. Eu te deixo assim, espalhada, mesmo que a saudade pareça insuportável quando fico frente a frente com você.

Ainda vou conseguir sorrir quando olhar para dentro de mim, quando eu ver o seu sorriso emoldurado nos porta-retratos, não sem saudade. Não quero esquecer, não quero ir para um “lugar que não exista um pensamento em você”. Só desejo acomodar minhas lembranças de um jeito que a dor não chegue antes da alegria de ter ficado a vida toda do seu lado.


Um dia vai ser assim 

3 comentários:

Unknown disse...

Fico impressionada com a maneira que você escreve, Talita. E como escreve bem. Como é sensível nas palavras, é incrível, apaixonante.. parabéns! Muito bonita a forma que você usa a escrita para relatar o que acontece com você.

Talita Camargos disse...

Oi prima, que felicidade ler um comentário como este. Isto só me incentiva a publicar mais, tenho andado meio tímida com meus textos. Beijo e obrigada!

Unknown disse...

Muito lindo mesmo!!!